Maíra Macêdo Moreira
O tema proposto compreende uma abordagem sobre a trajetória do instrumentista Antônio da Silva Torres
conhecido no meio musical como ‘Jacaré’ e seu disco gravado intitulado Choro Frevado, procurando entender
como se constrói uma memória cultural coletiva e identitária a partir de suas contribuições para o cavaquinho e para o choro Pernambucano. Graças à gravação do disco Choro Frevado, em 1985, Silva Torres – como ficou conhecido na
Rádio de Pernambuco -, ganhou visibilidade exterior e alcançou assim um lugar na memória do choro no Brasil.
Todavia, esse reconhecimento não teve ainda reflexos na historiografia produzida sobre o choro no Brasil, prevalecendo como nucleares os músicos dos centros urbanos do Rio de Janeiro e de São Paulo. O presente estudo propõe uma reflexão sobre o modo como a memória local do cavaquinhista é construída a partir de uma memória
de experiência e como ela é consolidada a partir de um disco. A análise ainda abrange como o disco legitima modos
de expressão musical que contribuem para a existência de um tipo particular de choro designado como choro pernambucano